Me perdoa?
Com a mesma falta de vergonha na cara eu procurava alento no seu último vestígio,
No território da sua presença, impregnando tudo
Eu não posso, nem quero, deixar que me abandone, não.
E de repente o telefone toca e é você do outro lado me ligando,
Devolvendo minha insônia, minhas bobagens,
Pra me lembrar que eu fui a coisa mais brega que pousou na tua sopa.
Me perdoa daquela expressão pré-fabricada
De tédio, tão canastrona que nunca funcionou nem funciona ...
Me perdoa, a vida é doce ...
-- Lobão.
Meu mundo que nunca foi tão certo parece ter virado de ponta cabeça desde quando voltei. Voltei fugindo dos fantasmas e vícios da outra cidade mas acho que o efeito foi o contrário: tudo piorou, as pessoas continuam as mesmas, os lugares trazem as mesmas recordações (nem sempre boas). O sabor das coisas ficou mais amargo e acho que eu tambem não evolui, minha chatisse, minhas bobagens acabam cedo ou tarde afastando as novas - e por que não as antigas - poucas pessoas que sobraram.
Acho que o erro foi fugir. Acho, por que nunca terei certeza ... como sempre. Por enquanto continuo daquele mesmo jeito: mesmo mundo, brincadeiras, vícios e reclamações ... queria poder entender tudo mas confesso que fico com medo do tamanho que tudo se tornou.
Pra quem ainda esta ai e ainda tem coragem, força.
Força sempre!
Araê
imagem por orlandopedroso
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